terça-feira, 1 de dezembro de 2009


Tenho dificuldades em justificar
A minha existência
A única palavra que me ocorre
É "Incoerência"!
Tantas vezes tenho sido coveiro
De almas moribundas
Eu, sem tratamento
Opróbrias horas vagabundas…

Que inveja tenho eu dos palermas,
Dos estultos e dos dementes,
Que inveja tenho eu dos crentes…

A lamina composta de aço repetido
É o meu ser!
Repetido, martelado, reinventado
Aquecido, cinzelado, temperado
A ruborescer…

Desvaneço-me no meu todo
A minha Quinta-Essência chama-se Lodo!

Suspenso…
É isto que de mim penso!
Um eterno quase perfeito
Que se move a contra-feito,
Anzol enferrujado em mar desfeito…

Escuro, inerte… Perscrutando o Breu
Sob a égide gloriosa de um vil Orfeu


Este,
Do mais alto píncaro incoerente em que se meteu…
Sou Eu, …
E tão apenas eu…