segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Rochedo que o mar desgasta,
Nas cáusticas marés violentas,
Como lança que trespassa,
Entrego-me eu em carícias lentas,
À dor… essa paixão que se arrasta!

O sangue cai-me com a onda,
Definho, rebolo… solto gritos,
E ninguém me ouve…
Mergulho no silêncio…
Silêncio…o fundo do mar,
Deixo-me cair…a flutuar…
Desço…desço…e desço…
No remoinho em que me desvaneço,

Sou lava que mergulha a fervilhar,
No fumo, o resto do meu ar…
Quedo, petrifico….sinto-me evaporar…
Pedaço de rochedo, que me fez tombar!