terça-feira, 21 de abril de 2009


Não existe amor
Grito paixão!

Isolamento claustrofóbico
Álcool como tónico

Paixão…
Multidão em solidão…

Espanto
Demónio e santo

Traduz-me o delírio?
Arte?
Ou apenas sofreguidão?

Vertigem
Podridão

Guilhotina
Sopro suspenso

Permanente mitigação
Esta exclusão
Paixão
Amor não!

quinta-feira, 16 de abril de 2009


Se a morte predomina na bravura

Do bronze, pedra, terra e imenso mar,

Pode sobreviver a formosura,

Tendo da flor a força a devastar?

Como pode o aroma do verão

Deter o forte assédio destes dias,

Se portas de aço e duras rochas não

Podem vencer do Tempo a tirania?

Onde ocultar - meditação atroz

-O ouro que o Tempo quer em sua arca?

Que mão pode deter seu pé veloz,

Ou que beleza o Tempo não demarca?

Nenhuma! A menos que este meu amor

Em negra tinta guarde o seu fulgor.
Shakespeare

sábado, 11 de abril de 2009


Inverno glaciar
Toca da bruma
Nevoeiro de espuma

Não sei o que em mim
Calou a virgem ânsia de amar
Oposto inicio do fim

Cansaço?
Todos os dias do ano…
De ser humano!

Assombração
Átomo vadio
Ilusão…
Derrame sombrio!

Ah…

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Poética



De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Vinicius de Moraes